Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Páginas: 323
Ano: 2016
Sinopse: Anos atrás, Kahlen foi salva de um naufrágio pela própria Água. Para pagar sua dívida, a garota se tornou uma sereia e, durante cem anos, precisa usar sua voz para atrair as pessoas para se afogarem no mar. Kahlen está decidida a cumprir sua sentença à risca, até que ela conhece Akinli. Lindo, carinhoso e gentil, o garoto é tudo o que Kahlen sempre sonhou. Apesar de não poderem conversar — pois a voz da sereia é fatal —, logo surge uma conexão intensa entre os dois. É contra as regras se apaixonar por um humano, e se a Água descobrir, Kahlen será obrigada a abandonar Akinli para sempre. Mas pela primeira vez em muitos anos de obediência, ela está determinada a seguir seu coração.
Como todos os livros da Kiera, que eu já li até agora, a Sereia é definitivamente envolvente, e já começa com relatos do que a protagonista ainda se lembra da vida humana - o que costuma ser bem pouco após a transformação para sereia-, mas isso é apenas a entrada no universo do livro, a história mesmo se passa 80 anos após a transformação de humana para sereia de Kahlen, além de que tudo é contado em primeira pessoa, mas daquele jeitinho que não nos prejudica a sacar o que está acontecendo em volta da protagonista.
E por falar em protagonista, Kahlen (Kiera tem dom pra escolher nome né gente, MDS) possui uma personalidade forte, daquelas que se recusa a quebrar promessas e segue as regras à risca (ou quase), pensando bem ela tem tudo para ser uma daquelas pessoas chatas que adoram vida monótona e paralisada, o que felizmente não prejudica em nada a narração porquê ela também tem a grande missão de ser sereia o que implica em não poder usar a voz entre os humanos (pra não sair matando qualquer um), ser obrigada a assistir e participar de alguns naufrágios e ter um psicológico forte pra “aguentar o tranco” e graças a autora ela também tem o dever de se apaixonar e nos ensinar a dar o valor merecido ao amor. Não sei vocês, mas dada essas circunstâncias, acabamos virando super fãs dela mesmo ela sendo naturalmente comum para uma estória totalmente maluca que pode te deixar com extremas dúvidas sobre sua presença em cruzeiros e passeios ao mar.
Enfim, ser sereia não é bem uma escolha diria eu, é ter amor a vida, no caso á própria vida... mas depois você acaba achando que ser sereia é sim ter amor a vida de toda a humanidade...mas isso é bem confuso e você só vai entender lá no final, o que importa agora é que as sereias são bem menos malvadas nesse livro do que no dizem algumas lendas (se formos compará-las é claro).
Então, mesmo envolvendo teorias conspiratórias a respeito d’água, se trata sim de uma estória de amor, mas de certa forma bem diferente da que estamos acostumadas, porquê mesmo tendo aquele casal clichê que desenvolve toda a estória- como em todo romance desde Tristão e Isolda- a autora, destransforma esse clichê de foco total no casal e desenvolve uma estória de amor que conta outros amores que levamos na vida, como amor de irmãs, amor de mãe, amor pela vida, amor esse no sentido de que cada um deve ter em si para poder viver. O que não quer dizer que o casal não tem sua vez e seus dramas para contar, mas que o livro possui mais emoções, que demostra até onde o amor é possível conduzir a vida das pessoas do tipo, até onde pode ajudar as pessoas à crescerem e até onde podem fazer com que prenda essas pessoas naquele mundinho controlado por essa coisa chamada amor ou por quem domina esse amor.
E como todo romance, o fim, é de...se esperar, eu acho, mas ao mesmo tempo consegue não ser drástico e sim esperançoso, enfim é a estória de amor de uma sereia, no caso, esse livro não é apenas mais um romance de prateleira, mas sim um livro que pode te fazer a repensar sobre “o que é amor?”. E tudo isso escondido por traz da imaginação e lendas pré históricas, como as sereias- tipo: valeu a experiência Kiera! (Melhor vocês lerem mesmo porque se eu escrever mais alguma coisa vai acabar saindo spoilers!!).
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